quinta-feira, 29 de maio de 2014

5 coisas que o smartphone tirou de você – e só você pode recuperar


1 – A possibilidade de fazer amigos e conhecer pessoas enquanto espera

Espera enche o saco, é verdade. Mas já fiz vários contatos, tive boas reflexões e dei boas risadas na recepção do dentista, no ponto de ônibus, num restaurante enquanto o prato não vinha, no elevador. Nesse último, aliás, o smartphone matou o “será que chove hoje” e o “como essa sexta demorou pra chegar”.

Quando o tédio da espera vem, você abre a guarda para ter conversas com desconhecidos que podem acabar se tornando bons amigos, colegas, contatos profissionais ou até mesmo cinco minutos de um papo despretensioso – e quem há de questionar o seu valor? Hoje fica todo mundo no smartphone jogando Candy Crush enquanto essas possibilidades passam pelo sofá ao lado.

2 – A emoção de assistir a um show sem pensar no depois

Pobres das bandas de hardrock que incentivavam as pessoas a acederem isqueiros nos momentos emocionantes. O mar de smartphones que se concentram em frente aos shows hoje em dia faz com que, apesar de pagaram pelo ingresso, muita gente assista ao espetáculo de uma telinha. Que tal fone de ouvido e vídeo no Youtube?

A grande emoção de ir a um show é viver um momento único com um artista que você gosta. Absolutamente ninguém – através daquela lei da física que diz que duas pessoas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço – vai assistir àquele acorde, daquele lugar, com aquela sonoridade. Compartilhar uma foto rapidinho no Instagram é incrível, mas seria sacanagem com os amigos mostrar pra eles o show inteiro e tirar o prazer da surpresa (além de aguçar o ódio da inveja).

3 – Perceber a natureza e se conectar com a sua fé

Já fui a um piquenique em que os selfies se tornaram bem mais importantes do que a sensação de ter o pé na grama e o sol na cara. Vi até gente fazendo gambiarra com os sucos naturais e as frutas pra produzir a foto e postando algo como “a beleza natural desta tarde de sol”. O entardecer de outono é lindo e eu mesma vivo postando imagens dele no meu Instagram. Mas ir até a janela, clicar, postar e não observar todos os seus detalhes é um desperdício.

Outro dia percebi que o smartphone tinha feito com que eu parasse de ouvir os pássaros no caminho entre a porta do meu apartamento e o carro. Eu ia vendo os e-mails, respondendo os Whatsapp e simplesmente tinha parado de perceber. Prometi pra mim mesma que do último degrau até a porta do carro, o celular fica na bolsa. Geralmente paro no caminho, respiro fundo, peço a bênção de Ogum para o meu dia. Mudou tudo. O celular saiu de cena para que a minha fé fosse protagonista.

4 – Chorar num ombro de verdade

Todo mundo tem mil amigos o tempo todo. O Whatsapp não para de receber mensagens de grupos bizarros que você nem sabe como entrou, você fala com colegas distantes o tempo todo, mas na hora de ligar para dividir um cinema ou de chorar por um pé na bunda, você está sozinho.

No meu boteco favorito, há um quadro de giz já na entrada que diz: “não temos wi-fi, conversem entre vocês”. No início, gerou revolta. Hoje, é um lugar onde as pessoas como eu – que sou viciada, admito – quando enchem o saco da telinha de smartphone vão para falar com gente diferente e fazer amigos de verdade.

5 – Estar sozinho e de bem com isso

Quem tem um smartphone nunca está sozinho. Mas sempre está. Não sabemos mais lidar com a solidão. Ou vai dizer que a sua família não surta quando a energia acaba naquele momento em que o celular está sem bateria e o notebook está estragado e só liga quando conectado à tomada?

Ficar sozinho é bom. Mesmo sem energia. Faz pensar, alivia dores emocionais, faz ter certeza de quem a gente é e aonde quer chegar. E isso, meu amigo, não há smartphone que vá te dizer.

Marina Melz

sexta-feira, 23 de maio de 2014


Invejo quem não tem celular. Existem e são admiráveis. São poucos. Estão em extinção. Quando precisam falar com alguém, ligam de um fixo. Admiro pessoas que ligam do fixo. São econômicas. Sem contar que a ligação é clara e não cai.


Invejo quem não tem carro, nem carta ou carteira de motorista. Vai a lugares a pé, usa "condução" ou bicicleta, e volta de carona ou racha um táxi. Nunca soprou num bafômetro. Não estão em extinção. Negam a revolução industrial. São pessoas mais econômicas e descomplicadas. Talvez por isso, mais felizes.


E invejo quem não está no Face, Twitter, Insta, Linkedin, G+, WhatsApp, em lugar nenhum: o que não existe virtualmente, nunca "teve" Orkut nem sabe o que é o extinto MSN. São seres analógicos, mais evoluídos do que a maioria. Caminham, olham o nada ou algo sem a urgência de um registro fotográfico ou um comentário, uma curtida, uma postagem. Mandam cartas e cartões-postais escritos à mão. Negam a revolução tecnológica. Estão no topo da linha evolutiva.


Sim, existe gente que não se comunica, nem curte, nem posta. Não critica, nem milita, nem lamenta a morte de um ídolo para amigos, conhecidos, seguidores desconhecidos e amigos de amigos. Não se indigna, não se revolta, não se mostra. Não mostra seus gatos, seus pratos, sua mãe no dia delas. Nem relata suas viagens. Não pensa, não expõe, não se exibe para centenas ou milhares de pessoas. Logo, não existe? Nem o pôr do sol retrata. Nem a lua tem o seu momento. O que dirá de um nascer do sol? Existe?


Sobre os guaranis-caiovás, o alienado analógico não emitiu opinião em público, nem militou contra a sua extinção. Rachel Sheherazade? Nem sabe quem é. Não entende por que algumas celebridades aparecem com cartaz escrito "bring back our girls". Não lamenta para muitos a onda de linchamentos, o descaso com o dinheiro público, não cita Mahatma Gandhi, Caio Fernando Abreu, Nelson Rodrigues, Cazuza, Verissimo, Renato Russo, Millôr.


Ainda não anunciou sua nova posição ideológica, nem em quem não vai votar, não elogiou a simplicidade de José Mujica, o presidente uruguaio, não se revoltou contra a perseguição a gays e garotas da banda Pussy Riot na Rússia, não riu das barbeiragens que eles, os russos, bêbados, praticam nas estradas, nem comentou que no Rio de Janeiro se diz "bandalha", não barbeiragem, ou transgressão.


Não postou fotos do carro sem permissão na vaga de deficiente, do prefeito de Londres indo de bike pro trabalho, do primeiro-ministro do Reino Unido indo de metrô pro trabalho, do príncipe William flagrado na classe econômica como um plebeu. Não viu o comercial que todos devem ver, o vídeo a que todos devem assistir, a foto que vai fazer as pessoas pensarem de outra maneira, fotos que vão mudar a vida, a rotina, a forma como trabalhamos, do animalzinho que quer apenas ser amado, do outro que, em vez de devorar a presa, cuida dela.


Não soube da cidade que DEVE visitar, do livro que DEVE ler, do filme que DEVE ver, do clipe que TEM que assistir, do hotel em que um conhecido ficou para ser invejado, da nova banda de que TODOS estão falando, da criança que surpreende e faz algo incrível e inesperado, que prova como existe inteligência em quem menos se espera. Não leu sobre o alerta contra golpes praticados, a torcida para que não haja Copa, que algum repórter internacional falou (mal) de nós, sobre o complexo de vira-lata que temos, e que a unanimidade é burra.


Não viu a foto de uma flor que desabrochou numa selva de pedras, a piada, a gostosa, a amiga fazendo biquinho, a amiga fazendo cara de sexy, a lista do que difere os homens das mulheres, as últimas sobre maconha, as fotos da repressão policial brutal, de como era antigamente, o filme raro encontrado, bons exemplos feitos por pessoas altruístas, enquanto o acomodado só reclama, a denúncia contra maus-tratos contra animais, o poema, a charada, o superatleta que faz coisas com uma incrível habilidade, voa sobre abismos, pedala sobre montanhas, a ilusão de ótica que faz bolinhas se moverem e que parece mágica, o pedido de que "alguém tem que fazer alguma coisa", as provas de que houve a realização de um sonho, o astro com uma banana na mão. Nem descobriu que alguns amigos têm opiniões aterradoras.


Pensar que há dez anos não existiam redes sociais. Há 20, a internet não era regulamentada, nem existia o consórcio W3C (World Wide Web Consortium). Há 30, não tinha celular nem computador pessoal no Brasil. A maioria não tinha telefone nem máquina fotográfica.


E éramos bem informados e educados. Militávamos contra a possível extinção de uma nação indígena, protestávamos contra linchamentos e o descaso com o dinheiro público, líamos Mahatma Gandhi, livros de Caio Fernando Abreu, Verissimo e Millôr, comprávamos discos do Cazuza e Renato Russo, anunciávamos nossa posição ideológica em buttons, broches e pins na jaqueta, víamos o comercial que todos deviam, sabíamos do livro que DEVÍAMOS ler, do filme que DEVÍAMOS ver, da nova banda de que TODOS estavam falando, do "complexo de vira-lata", cria do Nelson Rodrigues (cujas peças assistíamos) em maio de 1958, meses antes de o Brasil ganhar a primeira Copa do Mundo, numa crônica publicada na Manchete Esportiva, relembrada por Ruy Castro no livro Os Garotos do Brasil (Foz).


Víamos fotos da repressão policial brutal, desvendávamos a charada, o poema, a ilusão de ótica que faz bolinhas se moverem, no livro de ilusões de óticas que todos tinham.


Éramos mais discretos. Menos ansiosos. Não precisávamos da aprovação alheia. Não precisávamos chamar tanta atenção, nem criar a ilusão de que somos melhores do que somos. Somente éramos.


Marcelo Rubens Paiva


quarta-feira, 21 de maio de 2014

A mulher ao seu lado é o sonho de outrem

Mulheres gostam de verdades. Mas não acreditarão fielmente de que seu celular estava sem bateria, de que seus amigos gostam dela ou de que sua ex-namorada não significa mais nada para você. Mulheres gostam de maquiagens sutis e cabelos bem lisos. Mulheres têm olhos angelicais e diabólicos. Ambos funcionarão com você. Ambos te levarão ao céu ou ao inferno. Mulheres são péssimas motoristas. Mas são ótimas condutoras.

Mulheres que não bebem são boas. Já as que bebem são ótimas. Mulher anda como quem desfila. Como quem grita por aí tua tendência a ser miss quarteirão de todos os anos. Melhor do que perfume caro é cheiro de banho tomado. E, também, o cheiro da pele suada que empresta sua essência às camisolas mais leves. Melhor do que vestidos da moda são as nossas blusas sociais sortudas. Aquelas que por algum motivo foram esquecidas na segunda gaveta e agora faz parte do cabide principal feminino.

Melhor do que cabelos alisados é rabo de cavalo ou fios inteiramente despenteados. Mulher deve dormir encolhida e acordar quase me expulsando da cama. Mulheres que xingam são mais atraentes. Mas não xingue como um ser depravado. Mulher tem que ter pudor para saber como não tê-lo nas horas certas. Mulher não precisa saber cozinhar. Mas cabem algumas tentativas frustradas.

As bonitas que me desculpem, mas lindas são as mulheres inteligentes. Mulher tem que ser interessante. Mas nunca interesseira. Imperfeições são sempre bem-vindas. Uns centímetros a mais na cintura. Uns dedos dos pés assimétricos. Um nariz fino demais para teu gosto. E uma bunda pequena demais para os padrões brasileiros. Mulher tem que ter peito. E seios também. Mulher tem que se fantasiar de homem turrão, vez em quando. Mas nunca se esquecer de lacrimejar num filme bobo – mesmo que seja assistido pela décima oitava vez. Mulher tem que saber falar “Eu te amo” e “Eu quero transar”.

Mulheres gostam de perfumes, ciúmes e gargalhadas. Mas odeiam cócegas. Cócegas a deixam vulneráveis. Mulheres gostam de toque, de voz ao pé do ouvido e de carinhos no lóbulo da orelha. Se uma mulher gosta de você, você estará lindo com tua camisa mais cara ou com tua jaqueta mais brega. Mulheres são mães e filhas. Mas nunca a trate como você se fosse seu pai. Mulheres gostam de igualdade.

Mulheres são inocentes com aqueles pseudo-amigos que – no fundo, no fundo – querem roubar seus beijos. Não discuta. Nem tente ensiná-la a maldade que passeia pela cabeça de alguns meninos. Apenas aceite que a mulher que te acompanha é o sonho de consumo de vários outros por aí – nunca se esqueça disso. Essa é a lição mais importante que você tem que aprender.

Hugo Rodrigues

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Demonstre aquilo que lhe tira o sono à noite antes que nem sorrisos você tenha mais a buscar pela manhã...


quinta-feira, 15 de maio de 2014

"Decidi me declarar. Parei, comprei umas flores, escrevi um cartão bonito. Falei sobre meu amor, minha confiança de olhos fechados, minha gratidão, admiração. Disse que só assim eu podia ser feliz e que, enfim, encontrei a melhor pessoa do mundo, minha outra metade. Me propus a mudar pelo bem da relação sempre que preciso, ceder, entender e perdoar sempre. Teve gente que achou estranho eu falar sozinha no espelho, mas estranho mesmo é falar sozinha com alguém."  

Desconheço a autoria

terça-feira, 13 de maio de 2014

Pulem. Cantem. Gritem. Enlouqueçam. Faz bem.
Ficar louco de vez enquanto é condição necessária para se manter são.



Osho



quinta-feira, 8 de maio de 2014

"Enquanto você está por aí, sua vida também está. Assim como você derrama amor, carinho e atenção sobre seu marido, sua esposa, seus pais, filhos e amigos que o cercam, tem que fazê-lo igualmente com sua vida, porque ela é sua, é você e está sempre lá dando força para você, torcendo por você, mesmo quando você se sente fraco."

Trecho do livro A Vez da Minha Vida, da autora Cecelia Ahern (P.S. Eu Te Amo). 
Lendo e aprovando!!




terça-feira, 6 de maio de 2014

Seja o cara!


Elas só querem um cara que as façam ser elas mesmas, que possam sorrir de mesmo modo quando sorriem com as amigas. Alguém que seja seu melhor amigo antes de ser seu companheiro. Que seja íntimo de suas manias e compreensível diante de suas imperfeições suportáveis. Amor quando é amor, é amor pelo interior, pela alma e não pela foto do Facebook.

Corpo bonito chama, mas não segura. Não mantém. Valorize! Pratique o conserto antes de efetuar a troca. Tu mal deves saber, mas enquanto tu estás discutindo as chances do teu time ir para a próxima fase, ela está usando o tempo falando em ti para as amigas, detalhando os teus jeitos e entrando no site do João Bidu, para descobrir como te conquistar da melhor forma, se baseando no teu signo.

Se ela perguntar o número do teu pé, poderá te presentear com uma meia ou com um celular. A gente nunca sabe. Gurias são imprevisíveis. Caso ela venha te chamar para tomar um chimarrão na praça da cidade, leve-a ao campo. Se ela te ligar na madrugada dizendo que está com saudades, vá antes que o sol nasça. Tens que ser o cara, o diferente, deixar marcas, fazer dela a tua Megan Fox.

O normal é lembrança, o atípico é lembrado. Mulher não fala, deixa entender. Mulher não diz, quer ser entendida. O segredo reside em regar o encantamento todo o dia, podá-lo de vez em quando, enfeitá-lo com flores pela manhã. Entendeu?

O que é nosso a gente cuida, planta e acolhe. Aprendi a amar em casa, a ser homem com uma mulher com pseudonome de mãe. Valorize quem fecha a porta e gira a mesma maçaneta para voltar. Afinal, a comida de casa é sempre mais gostosa.

Guilherme Pintto



segunda-feira, 5 de maio de 2014

"Meu coração é cheio de pássaros. Por isso nunca me dei bem com gaiolas."

Sergio Vaz